Tratamento da Candidíase Vaginal com Cremes e Remédios

Tratamento da candidíase vaginal: cremes e medicamentos

A candidíase vaginal é uma infecção frequente causada pelo fungo Candida, que gera sintomas como coceira intensa, ardor, secreção branca e desconforto. Este artigo explora o tratamento da candidíase vaginal, abrangendo desde os casos mais simples até as infecções recorrentes.

O que é candidíase vaginal?

A candidíase vaginal, também conhecida como vulvovaginite por Candida, é uma infecção fúngica provocada, principalmente, pela espécie Candida albicans. É importante notar que outras espécies, como Candida glabrata, podem causar vulvovaginite, embora sejam menos comuns. A candidíase vulvovaginal é uma das principais causas de coceira e corrimento vaginal, ocupando o segundo lugar em incidência, perdendo apenas para a vaginose bacteriana.

Estima-se que cerca de um terço dos casos de corrimento vaginal de origem infecciosa seja devido à candidíase. A Candida albicans é um fungo normalmente presente na flora vaginal de aproximadamente 20% das mulheres e, em si, não é nocivo para a saúde. A infecção ocorre quando há um crescimento excessivo desse fungo, o que pode ser desencadeado por fatores como uso de antibióticos, anticoncepcionais hormonais, diabetes e alterações no sistema imunológico.

Embora a Candida albicans possa ser transmitida sexualmente, na maioria dos casos, a infecção se origina do próprio organismo, particularmente do trato gastrointestinal. Mulheres virgens ou aquelas que não mantêm relações sexuais há anos também podem apresentar episódios de candidíase, por isso a doença não é considerada uma infecção sexualmente transmissível.

Quando tratar a candidíase vaginal?

O tratamento da candidíase é recomendado apenas para mulheres que apresentem sintomas como prurido, ardência, corrimento branquecino ou dor durante a micção ou relações sexuais. Mulheres assintomáticas e seus parceiros não precisam de tratamento.

Para fins terapêuticos, a candidíase vaginal é classificada em duas categorias:

  • Candidíase não-complicada.
  • Candidíase complicada.

Tratamento da candidíase não-complicada

Para que uma infecção seja considerada não-complicada, ela deve atender aos seguintes critérios:

  • Ser esporádica, com até 3 episódios por ano.
  • Não causar sintomas severos.
  • Ser causada pela Candida albicans.
  • Ocorre em mulheres saudáveis e não grávidas.

Para essas pacientes, existem diversas opções de medicamentos e pomadas. Os tratamentos orais e tópicos intravaginais, como cremes e óvulos, são eficazes, apresentando taxa de cura superior a 90%. A escolha entre o tratamento oral ou intravaginal deve ser feita em conjunto com a paciente, considerando as vantagens e desvantagens de cada método.

Os medicamentos orais, como o Fluconazol 150 mg em dose única, são frequentemente utilizados, enquanto opções como Itraconazol 200 mg por dia durante 3 dias também estão disponíveis. Para tratamentos intravaginais, as opções incluem:

  • Clotrimazol: creme 1% ou 2%, comprimidos vaginais de 500 mg ou 100 mg.
  • Miconazol: creme 2% ou óvulo 200 mg.
  • Nistatina: creme 100.000 UI.
  • Terconazol: creme 0,8% ou óvulo 80 mg.
  • Butoconazol: creme 2% em dose única.
  • Tioconazol: pomada 6,5% em dose única.

Prós e contras do tratamento oral e tópico

Atualmente, o tratamento oral é mais comum devido à sua posologia simples e curta. No entanto, o ginecologista deve discutir os prós e contras de cada opção com a paciente. Os comprimidos orais tendem a ser mais acessíveis e práticos, enquanto os tratamentos tópicos costumam ter menos efeitos colaterais e oferecem alívio mais rápido dos sintomas.

Tratamento da candidíase complicada

Uma infecção é considerada complicada quando apresenta uma ou mais das seguintes características:

  • Recorrência, com mais de 4 episódios por ano.
  • Sintomas intensos.
  • Causada por espécies diferentes da Candida albicans.
  • Acomete mulheres grávidas ou com doenças que afetam o sistema imunológico.

O tratamento para a candidíase recorrente deve focar na remoção de fatores predisponentes, eliminação da infecção atual e prevenção de novas infecções. O regime mais recomendado é o uso de Fluconazol 150 mg por via oral em 3 doses com intervalos de 72 horas, seguido por um tratamento preventivo semanal de 6 meses.

Para candidíase com sintomas intensos, o tratamento pode incluir 3 doses de Fluconazol 150 mg, ou esquemas tópicos intravaginais por 10 a 14 dias.

Tratamento para espécies não-albicans

Quando o agente causador da infecção não é a Candida albicans, o tratamento deve ser adaptado de acordo com a espécie identificada, geralmente através de cultura. A Candida glabrata, por exemplo, pode ser resistente a tratamentos com azóis, enquanto que opções como o ácidobórico intravaginal podem ser úteis.

A Candida krusei apresenta resistência ao Fluconazol, mas responde bem a tratamentos tópicos ou a Itraconazol e Cetoconazol por via oral.

Candidíase na gravidez

Para mulheres grávidas, o tratamento deve ser realizado com medicamentos intravaginais como Clotrimazol ou Miconazol por um período de 7 dias.

Tratamentos caseiros para candidíase

Não existem evidências científicas que comprovem a eficácia de tratamentos caseiros, como o uso de iogurte, óleo de coco, alho, vinagre, suco de limão, maçã, probióticos ou suplementos vitamínicos.

Dúvidas comuns sobre candidíase vaginal

Sim, existem tratamentos em forma de pomada ou creme, como Clotrimazol, Miconazol, Nistatina e outros. Também há opções em dose única, como Miconazol em supositório e Tioconazol em pomada.

O tempo de cura varia conforme o tratamento, mas geralmente os sintomas começam a melhorar em 24 horas e desaparecem em até 72 horas.

Embora exista debate sobre a necessidade de tratamento dos parceiros, a maioria dos especialistas não recomenda, a menos que a mulher tenha infecções recorrentes.

Referências

  • Candidiasis (vulvovaginal) – BMJ clinical evidence.
  • Vulvovaginal Candidiasis – Centers for Disease Control and Prevention (CDC).
  • Executive Summary: Clinical Practice Guideline for the Management of Candidiasis: 2016 Update by the Infectious Diseases Society of America.

Observação Importante: As informações aqui apresentadas não substituem a avaliação ou o acompanhamento profissional. Sempre consulte um médico ou especialista em saúde para orientações personalizadas.

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