
Remédios para emagrecer: quais são os melhores?
Nos últimos anos, novos medicamentos para o tratamento do sobrepeso e da obesidade têm surgido, com maior eficácia na perda de peso e melhor perfil de efeitos colaterais.
Introdução
O tratamento da obesidade com medicamentos pode ser uma boa opção quando associado a modificações na dieta, atividades físicas e hábitos de vida. Historicamente, o uso de remédios para perda de peso foi questionado devido a preocupações com eficácia e segurança, além da tendência de muitos pacientes recuperarem o peso após a interrupção dos fármacos. No entanto, o número de medicamentos aprovados para o tratamento da obesidade aumentou significativamente, apresentando resultados animadores. Neste artigo, discutiremos as principais opções de remédios para emagrecer e as indicações para seu uso.
Objetivos do tratamento
Todo paciente que busca tratamento para perda de peso deve ser orientado pelo médico a estabelecer um objetivo realista. Embora o ideal seja retornar ao peso corporal normal, isso nem sempre é viável sem o auxílio de medicamentos ou cirurgia bariátrica, especialmente a curto prazo. Pesquisas mostram que, ao serem questionados sobre quantos quilos gostariam de perder, muitos pacientes acabam perdendo menos do que o esperado no primeiro ano. Portanto, é fundamental que médico e paciente alinhem expectativas para evitar frustrações ao longo do tratamento.
Perdas de 10 a 25% do peso corporal são consideradas excelentes resultados no tratamento da obesidade, mesmo que o paciente não alcance o peso ideal. Perdas superiores a 5% já são suficientes para reduzir significativamente o risco de diabetes, hipertensão e outras doenças cardiovasculares. É importante destacar a diferença entre a perda de peso saudável e a perda de peso idealizada pela mídia, sendo que o foco inicial deve ser a saúde e não a estética.
Informações importantes antes do tratamento
Antes de iniciar a medicação anti-obesidade, os pacientes devem ser informados sobre diversos aspectos. Primeiramente, nem todos os medicamentos funcionam para todos os pacientes, pois as respostas podem variar amplamente. Em segundo lugar, é comum que, após atingir o efeito terapêutico máximo, o paciente experimente um platô na perda de peso, que não indica que o medicamento deixou de funcionar, mas que novas estratégias serão necessárias para continuar a perda. Finalmente, ao descontinuar a terapia medicamentosa, é provável que ocorra um reganho de peso, especialmente se não houver reeducação alimentar e mudança de hábitos.
Indicações para uso de medicamentos para emagrecer
Todos os pacientes com sobrepeso devem iniciar um tratamento com dieta adequada e programação de exercícios físicos antes de recorrer a medicamentos. A perda de peso é uma questão de balanço calórico: se a ingestão de calorias for maior do que o gasto, não há tratamento que funcione. Portanto, não é apropriado indicar fármacos para emagrecer sem que o paciente esteja comprometido com mudanças no estilo de vida.
Atualmente, a indicação de medicamentos para emagrecer é feita para pacientes que já estão em dieta e exercício e que atendem aos seguintes critérios:
- Indivíduos com IMC superior a 30 kg/m².
- Indivíduos com IMC acima de 27 kg/m² que apresentem doenças associadas ao excesso de peso, como diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares.
Para calcular seu índice de massa corporal (IMC), existem calculadoras online disponíveis.
Principais medicamentos para perder peso
O tratamento farmacológico da obesidade evoluiu, com novos medicamentos que imitam a ação de hormônios como o GLP-1 e o GIP, proporcionando resultados mais eficazes e sustentáveis.
Liraglutida
A liraglutida, disponível sob as marcas Victoza® ou Saxenda®, é um medicamento antidiabético que deve ser administrado como uma injeção subcutânea diária. É indicada para adultos com IMC superior a 27 kg/m² e que apresentem comorbidades relacionadas ao peso, como hipertensão e diabetes tipo 2. A perda média de peso com a liraglutida varia de 4 a 8 kg após 16 semanas de tratamento e de 10 a 13 kg após 6 meses.
Semaglutida
A semaglutida, comercializada como Ozempic®, Rybelsus® ou Wegovy®, possui a vantagem de ser administrada uma vez por semana. Quando associada a mudanças no estilo de vida, pode resultar em perda de peso de 10 a 15 kg após 60 semanas. É considerada o fármaco de escolha para perda de peso, devido à sua eficácia e posologia mais conveniente.
Dulaglutida
A dulaglutida, sob a marca Trulicity®, também é um agonista do GLP-1, com administração semanal. A perda de peso observada com a dulaglutida é de 2 a 5 kg após 26 semanas. Os efeitos colaterais incluem náuseas e diarreia, que tendem a diminuir com o tempo.
Tirzepatida
A tirzepatida, vendida como Mounjaro®, é um novo medicamento que combina a ação do GLP-1 e do GIP, com potencial para perda de peso significativa, chegando a 22 kg em alguns estudos. Embora seu uso para obesidade ainda não esteja aprovado, os resultados são promissores.
Medicamentos de segunda linha
Fentermina-Topiramato
A combinação de fentermina-topiramato, comercializada como Qsymia®, é uma opção para pacientes que não toleram a terapia com agonistas do GLP-1. A perda média de peso com essa combinação é de 8 a 12 kg após um ano de uso.
Bupropiona-Naltrexona
Esta combinação, disponível como Mysimba® ou Contrave®, é usada para tratar sobrepeso e obesidade. A perda de peso média é de 4 a 5%, mas deve ser considerada com cautela devido a preocupações com segurança cardiovascular.
Orlistat
O Orlistat age inibindo a absorção de gordura no intestino, resultando em perda de peso de 3 a 9% após um ano. Contudo, é menos eficaz que outros medicamentos mencionados e não é recomendado como primeira linha de tratamento.
Considerações finais
Não existem soluções milagrosas para emagrecimento. O tratamento deve ser realizado sob supervisão médica, sempre associado a uma abordagem nutricional e de exercícios físicos. A adesão a um estilo de vida saudável é essencial para o sucesso a longo prazo na perda de peso.
Observação Importante: As informações aqui apresentadas não substituem a avaliação ou o acompanhamento profissional. Sempre consulte um médico ou especialista em saúde para orientações personalizadas.
